Hoje o meu menino foi ao dentista, com o pai, e soube agora que teve de arrancar o dente. Dito assim, parece que estou triste, mas não. Finalmente terminamos uma situação que estava a prolongar-se e de certa forma, eu sentia que o fim era inevitavelmente este que aconteceu hoje.
Passo a explicar: o T., com apenas 18 meses (Março /Abril de 2009, não sei precisar), caiu e partiu um dos dentes da frente, maxilar superior. Partiu o dente quase rente à gengiva. Na altura ficou uma polpa translúcida à vista, que no espaço de 2 dias ficou negra e com um cheiro mau. Levei-o ao dentista e ela disse-me que estava infectado e que tinha de tomar o Clavamox e que depois tinha de arrancar o dente. Assim foi, dei o antibiótico e esperamos uns dias até regressar ao dentista. Quando cheguei, pesamos o T. e ele tinha cerca de 11 kg (ela pediu à assistente para o pesar para ver a dose de anestesia que teria de ministrar para lhe poder extrair o dente). Em virtude de não ter 15 kg ela disse-me que não podia extrair o dente, mas que teria que o desvitalizar para que não acontecessem mais infecções. Bem dito, bem feito. Foi um procedimento horrível, tivemos de o enrolar num lençol e durante 30 minutos contorceu-se, gritou e esperneou. A dentista, no final disse-me que teria de lá voltar quando ele tivesse mais peso, para arrancarmos o dente ou, nos entretantos, caso ele tivesse de retocar a massa que ficou a tapar o canal.
Entretanto, no Verão foi à consulta de rotina no Pediatra e ela conselhou-nos a consultar um odontopediatra, que o viu em Setembro e nos orientou no sentido de não arrancar o dente, pois segundo ela, o dente ainda cumpria a função de manter o espaço em aberto para que a dentição não avançasse para o espaço que entretanto se criaria com a extracção do dente. Todavia, disse-nos que ao minimo sinal de infecção o dente teria de ser extraído.
Nesta segunda-feira, à noite na brincadeira o T. bateu com a boca no sofá e a massa que protegia o buraco caiu. O odor era horrivel.
Ainda tentei marcar consulta na odontopedriata que o tinha visto em setembro mas ela tinha a agenda cheia. Assim, tentei através de uma amiga, consulta num outro dentista. Fui ontem à consulta, mas ele disse-me que não faria nada contra vontade do T.
Ora, o T., com dois anos, não é propriamente colaborante no que respeita, ainda por cima em mexer na boca, quanto mais arrancar o dente. Como o dentista é contra métodos mais agressivos, tais como o método do lençol, aconselhou-me a ver um dentista que pudesse fazer uma anestesia consciente. Eles ficam atordoados e nem dão bem conta do que se passa.
Onde arranjar um dentista??... tentei novamente a minha sorte ontem ao fim do dia e consegui uma consulta na Odontopediatra, devido a uma desistência, hoje às 10h30.
Quando ela viu o dente não teve dúvidas que teria de ser arrancado. Segundo o papá, ele portou-se, dentro do possível, como um valente e a quantidade de pûs que saiu do dente foi impressionante.
De certa forma, sinto um alívio enorme por toda esta situação estar resolvida.
Desculpem o desabafo... hoje não há receitas.