O Convento de Santa Clara é um desses conventos onde podemos encontrar receitas como o toucinho-do-céu, o bolo Maria Luzia, o manjar branco ou os pastéis de Santa Clara.
Estas receitas chegaram até nós através da família Cardoso que tinha uma amiga que fora educada no referido convento que, sem vontade de confeccionar os doces ensinou as receitas a esta família. Primeiro começou a mãe a desenvolver esta arte ajudada por uma das filhas.
Entretanto, por motivo de doença da mãe, decidiram duas das filhas continuar com o negócio. A doçaria feita pelas irmãs foi ganhando notoriedade na cidade e o negócio desenvolveu-se fortemente. No entanto, também por motivo de doença, uma das irmãs teve de se retirar ficando apenas a D. Judite a confeccionar os doces. Por esta razão e porque as encomendas eram cada vez mais, esta teve de retirar-se também por motivos de saúde.
Porque as gerações mais recentes da família tomaram rumos de vida diferentes, não sendo em nenhum dos casos a confecção de doçaria para venda e, com o objectivo de manter este extraordinário legado, a Câmara Municipal de Portalegre e a Região de Turismo de S. Mamede levaram a cabo uma acção de formação onde a referida doceira ensinou os seus segredos a catorze instruendas pretendendo-se, deste modo, manter viva a tradição da doçaria conventual do Convento de Santa Clara.
Nos Conventos de Santa Clara e S. Bernardo nasceu a arte de fazer doces. As irmãs Cardoso, ensinadas por uma funcionária do Convento de Santa Clara, mantiveram viva a tradição da doçaria conventual de Portalegre.
Doces do Convento de Santa Clara: Queijo Dourado: Doce de amêndoa; Toucinho-do-céu; Manjar branco; Pastéis de Santa Clara; Presunto doce; Lampreia e Massapão de amêndoa; Leite serafim; Receita de fartes; Bolo conforto; Pastéis de mimo.
Doces do Convento de São Bernardo: Toucinho-do-céu; rebuçados de ovos, rabanadas da Abadessa, Morcelas doces de S. Bernardo, Bolo Podre Conventual, Torrão real de ovos, Sarrabulho Doce, Sopa Doce de S. Bernardo e Pastéis de Toucinho-do-céu.
Texto retirado do site da Câmara Municipal de Portalegre
Sabia que…
A boleima é um doce tradicional da Páscoa, sobretudo no alto Alentejo. As boleimas surgiram a partir do bolo da massa, que não é nada mais que o pão ázimo que os Judeus comem durante a Páscoa – em memória da fuga de Israel. Feito à base de água, farinha, azeite, sal e sem fermento… Conta a história que os Judeus partiram tão à pressa que não tiveram tempo de deixar o pão levedar! Aos ingredientes básicos do bolo da massa começaram-se a juntar outros como o açúcar, canela, doce de maçã, nozes… Existem muitas variantes, sendo a de maçã característica de Castelo de Vide.
250 ml de azeite
3 a 4 maçãs dos Alpes
350 grs farinha p/ polvilhar
400 grs de açúcar amarelo
50 grs de miolo de nozes canela q.b.
Para a massa de pão
(750 grs) ½ kg de farinha de trigo integral
1 colher (café) de sal
25 grs de fermento de padeiro
3 dl de água tépida
Confecção
Massa de pão:Dissolva o sal e o fermento de padeiro na água. Junte a farinha de trigo integral, amasse e bata bem a massa. Faça uma bola, polvilhe-a com farinha e cubra-a com um pano. Deixe levedar em local aquecido, durante cerca de 1 hora.
Boleima:Amasse muito bem a massa de pão com o azeite e com metade do açúcar, polvilhando com farinha para não pegar. Estenda metade da massa e polvilhe com farinha (espessura de 2 cm). Coloque-a no fundo dum tabuleiro previamente untado com azeite, de forma a ficar todo o fundo coberto e apenas um pouco de massa levantada nas bordas.
Sobre a camada de massa, espalhe 80 grs de açúcar, canela em pó e metade das nozes. De seguida, disponha uniformemente as maçãs, descascadas e descaroçadas, cortadas em fatias finas. Acrescente outra camada com as mesmas quantidades de açúcar, canela e nozes. Cubra com outra camada de massa igual, unindo-as bem em volta. Polvilhe com o restante açúcar e canela.
Com a ponta da faca, divida apenas a camada superior da massa (sem atingir o recheio) em cerca de 30 quadrados/rectângulos (aproximadamente de 6 cm x 5 cm). Deixe levedar durante cerca de 1 hora. Leve a cozer em forno quente, durante cerca de 40 a 50 minutos. Verifique a cozedura com um palito: a massa deve ficar corada mas sem queimar. Retire a boleima do forno, deixe arrefecer e acabe de cortar os quadrados pelos golpes que marcou.
que bom aspecto!!! Ana ola! tas boa? vi q me visitaste!! bigada! es uma kida
ResponderEliminarGostei muito de conhecer a história, e principalmente os ingredientes desta boleima.
ResponderEliminarDeve ser mesmo muito boa.
Beijinhos. :)
Vou experimentar a sua receita. Se correr bem farei referência à origem e ao seu blogue em www.semtruques.blogspot.com
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