quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A boleima como eu a conheço...

Em Portalegre, ainda hoje uma das irmãs Cardoso continua a confeccionar os doces conventuais oriundos do convento de Santa Clara sem adulterar as receitas originais. Portalegre foi uma cidade rica em conventos, sendo mesmo conhecida pela “cidade dos sete conventos”. Por esta razão não é de estranhar que muitas sejam as receitas conventuais aqui existentes.




O Convento de Santa Clara é um desses conventos onde podemos encontrar receitas como o toucinho-do-céu, o bolo Maria Luzia, o manjar branco ou os pastéis de Santa Clara.

Estas receitas chegaram até nós através da família Cardoso que tinha uma amiga que fora educada no referido convento que, sem vontade de confeccionar os doces ensinou as receitas a esta família. Primeiro começou a mãe a desenvolver esta arte ajudada por uma das filhas.

Entretanto, por motivo de doença da mãe, decidiram duas das filhas continuar com o negócio. A doçaria feita pelas irmãs foi ganhando notoriedade na cidade e o negócio desenvolveu-se fortemente. No entanto, também por motivo de doença, uma das irmãs teve de se retirar ficando apenas a D. Judite a confeccionar os doces. Por esta razão e porque as encomendas eram cada vez mais, esta teve de retirar-se também por motivos de saúde.

Porque as gerações mais recentes da família tomaram rumos de vida diferentes, não sendo em nenhum dos casos a confecção de doçaria para venda e, com o objectivo de manter este extraordinário legado, a Câmara Municipal de Portalegre e a Região de Turismo de S. Mamede levaram a cabo uma acção de formação onde a referida doceira ensinou os seus segredos a catorze instruendas pretendendo-se, deste modo, manter viva a tradição da doçaria conventual do Convento de Santa Clara.

Nos Conventos de Santa Clara e S. Bernardo nasceu a arte de fazer doces. As irmãs Cardoso, ensinadas por uma funcionária do Convento de Santa Clara, mantiveram viva a tradição da doçaria conventual de Portalegre.

Doces do Convento de Santa Clara: Queijo Dourado: Doce de amêndoa; Toucinho-do-céu; Manjar branco; Pastéis de Santa Clara; Presunto doce; Lampreia e Massapão de amêndoa; Leite serafim; Receita de fartes; Bolo conforto; Pastéis de mimo.

Doces do Convento de São Bernardo: Toucinho-do-céu; rebuçados de ovos, rabanadas da Abadessa, Morcelas doces de S. Bernardo, Bolo Podre Conventual, Torrão real de ovos, Sarrabulho Doce, Sopa Doce de S. Bernardo e Pastéis de Toucinho-do-céu.



Texto retirado do site da Câmara Municipal de Portalegre


Sabia que…

A boleima é um doce tradicional da Páscoa, sobretudo no alto Alentejo. As boleimas surgiram a partir do bolo da massa, que não é nada mais que o pão ázimo que os Judeus comem durante a Páscoa – em memória da fuga de Israel. Feito à base de água, farinha, azeite, sal e sem fermento… Conta a história que os Judeus partiram tão à pressa que não tiveram tempo de deixar o pão levedar! Aos ingredientes básicos do bolo da massa começaram-se a juntar outros como o açúcar, canela, doce de maçã, nozes… Existem muitas variantes, sendo a de maçã característica de Castelo de Vide.



Ingredientes

250 ml de azeite
3 a 4 maçãs dos Alpes
350 grs farinha p/ polvilhar
400 grs de açúcar amarelo
50 grs de miolo de nozes canela q.b.



Para a massa de pão

(750 grs) ½ kg de farinha de trigo integral
1 colher (café) de sal
25 grs de fermento de padeiro
3 dl de água tépida

Confecção

Massa de pão:Dissolva o sal e o fermento de padeiro na água. Junte a farinha de trigo integral, amasse e bata bem a massa. Faça uma bola, polvilhe-a com farinha e cubra-a com um pano. Deixe levedar em local aquecido, durante cerca de 1 hora.

Boleima:Amasse muito bem a massa de pão com o azeite e com metade do açúcar, polvilhando com farinha para não pegar. Estenda metade da massa e polvilhe com farinha (espessura de 2 cm). Coloque-a no fundo dum tabuleiro previamente untado com azeite, de forma a ficar todo o fundo coberto e apenas um pouco de massa levantada nas bordas.

Sobre a camada de massa, espalhe 80 grs de açúcar, canela em pó e metade das nozes. De seguida, disponha uniformemente as maçãs, descascadas e descaroçadas, cortadas em fatias finas. Acrescente outra camada com as mesmas quantidades de açúcar, canela e nozes. Cubra com outra camada de massa igual, unindo-as bem em volta. Polvilhe com o restante açúcar e canela.

Com a ponta da faca, divida apenas a camada superior da massa (sem atingir o recheio) em cerca de 30 quadrados/rectângulos (aproximadamente de 6 cm x 5 cm). Deixe levedar durante cerca de 1 hora. Leve a cozer em forno quente, durante cerca de 40 a 50 minutos. Verifique a cozedura com um palito: a massa deve ficar corada mas sem queimar. Retire a boleima do forno, deixe arrefecer e acabe de cortar os quadrados pelos golpes que marcou.

Mercado islâmico em Marvão

Eu vou lá estar... aguardem as fotos :)

Al Mossassa 2009, o mercado islâmico da vila alentejana de Marvão, tem início dia 2 de Outubro e termina a 5 do mesmo mês. Colóquios, música islâmica e artesanato da mesma cultura fazem a festa, que é partilhada com Badajoz, em Espanha.

Retirado do Café Portugal terça-feira, 22 de Setembro de 2009

De 21 a 27 de Setembro o festival islâmico Al Mossassa vive-se na cidade espanhola de Badajoz, que partilha este evento com Marvão. Bailarinas de dança oriental, berberes, artesanato e gastronomia islâmica mudam-se de Espanha para Portugal e assinalam, de 2 a 5 de Outubro, a fundação da vila alentejana por Ibn-Maruán.Do programa fazem ainda parte colóquios, ateliês de iniciação à dança oriental, danças com véu e percussão árabe. Pelas ruas a animação faz-se com tendas onde se serve chá e cachimbo de chicha. O cenário do mercado islâmico fica completo com videntes, encantadores de serpentes e tatuadores de henna.
Se quiserem o programa da festa posso enviar por email, é só pedir...

Castelo de Vide - Memórias judaicas



O texto foi retirado do site: http://www.cafeportugal.net/ (visitem este site... é delicioso)




Sara Pelicano terça-feira, 22 de Setembro de 2009


As fotos são minhas :) uma vez que a família paterna do meu marido é de Castelo de Vide e tenho o privilégio de poder passar inúmeros fins de semana e férias nesta encantadora Vila de Portugal. E mais... a casa que temos é mesmo junto à Sinagoga... :)


Histórias da inquisição e de uma das maiores comunidades judaicas do país. Em Castelo de Vide está o segundo maior conjunto de portas ogivais do mundo. Na vila alentejana revivem-se tradições que revelam o encontro de culturas. Percorremos as ruas íngremes, ao ritmo de um habitante, antigo autarca. Carolino Tapadejo é agora estudioso do passado da vila.

O casario branco vence a íngreme Serra de São Mamede, no Alentejo. No alto ergue-se o castelo mandado construir por D. Dinis, em 1180. As terras de vide ganharam, nesta altura, o nome de Castelo de Vide. Na manhã de final de Verão, o Sol espreita timidamente por entre as nuvens. No antigo rossio do século XVIII, começa o burburinho matinal, montam-se esplanadas, regressa-se da padaria com pão fresco. No ar, paira ainda o cheiro do orvalho de uma noite húmida. Temos hora marcada com um dos estudiosos da vila alentejana, no posto de turismo. Carolino Tapadejo foi presidente da autarquia na década de 80. Hoje, entre diversas ocupações, ocupa o tempo a estudar a presença judaica em Castelo de Vide.

Estamos no Rossio, local emblemático da vila, onde se celebram tradições que resultam da mescla de culturas, sobretudo cristã e judaica. «De facto. O Rossio era o centro, o local de feiras. Era o centro moderno a partir do século XVIII. Aqui se encontra a Câmara Municipal e a Igreja Matriz». O discurso de Carolino Tapadejo é feito com facilidade, pelo conhecimento profundo sobre a terra de que fala, e pela paixão. Actualmente chamada de Praça D. Pedro V, o espaço é cenário para diversas histórias. «Quando a Câmara foi construída, por cristãos-novos, estava aqui, em frente, uma pequena ermida do século XIV, a ermida da Devesa. A câmara era construída com mais volumetria e a Igreja não gostou. Este era, afinal, um espaço da Igreja. Assim, proibiram que a fachada do município, com uma imponente escadaria, viesse no sentido da ermida, obrigando que as escadas fossem tapadas por um muro. Além desta medida, destruíram a antiga ermida para construir a igreja de grandes proporções. Hoje a Igreja Matriz».


A Igreja Matriz está no centro do antigo rossio, rodeado por edifícios de fachada branca, onde se destacam, pela diferença, dois de granito. «Eram edifícios militares erguidos por famílias transmontanas, daí a utilização do granito, pouco característico aqui no Alentejo», explica Carolino para logo continuar a sua história. «O ponto alto de Castelo de Vide em festividades é a Páscoa, que resulta do encontro de culturas de que a vila é feita: a cristã e a dos judeus, convertidos ao cristianismo. Ainda se faz a bênção dos cordeiros. Na Páscoa, o Rossio enche-se de cordeiros que são benzidos pelo padre. Depois são vendidos e mortos de porta em porta. Na celebração das aleluias, o equivalente à vigília pascal, cada pessoa saca de um chocalho. Repare que estão perto de duas mil pessoas dentro da igreja e, talvez, duas mil a quatro mil na rua. Todos com um chocalho. É um momento de celebração para nós. Pedem-se desculpas pelos erros cometidos durante o ano. No domingo tem lugar uma procissão, organizada pelo município, que convida todas as organizações da terra. Estas levam os seus estandartes. É mais um cortejo do que uma procissão. O cortejo sai dos Paços do Concelho, passa pela igreja e convida o padre a participar. No regresso o padre celebra uma missa em honra do município».


A judiaria - Ruas empedradas escondem crenças

O discurso é entrecortado por «bons dias» dados a quem passa. Em terras pequenas todos se conhecem. Castelo de Vide conta com cerca de 3500 habitantes. A população é maioritariamente idosa, mais um exemplo do Portugal sem juventude. Deixamos a ampla Praça D. Pedro V e encetamos caminho para a judiaria. «A partir do século XIV os judeus começam a fixar-se aqui. Castelo de Vide tem um segundo maior conjunto de portas góticas do mundo, a seguir à cidade marroquina de Fez. Estamos a subir a rua de Santa Maria de Cima e deixamos a rua de Santa Maria de Baixo. De uma vez só vieram 123 famílias dos Açores para Castelo de Vide. No burgo medieval, os mais velhos ainda têm o sotaque açoriano. De outra vez chegaram a concentrar-se na Portagem, junto a Marvão, mil famílias que aguardavam entrada na vila».

Com a presença deste povo, Castelo de Vide ganhou contornos de vila urbana, por oposição às zonas mais rurais. Os judeus tinham profissões eminentemente urbanas, como sapateiro e ferreiro. A judiaria cresce em direcção ao Castelo. Ruas estreitas que guardam segredos de um povo que teve de esconder as suas crenças para fugir aos autos de fé da inquisição. Cruzes que camuflam símbolos judaicos, vasos de flor que dão frescura às ruas empedradas e rostos onde cada ruga parece revelar uma história, dão vida ao bairro judaico. «Castelo de Vide é um santuário para os judeus», retoma a conversa Carolino Tapadejo. Entramos no Castelo, também conhecido por burgo medieval. Aqui vivem perto de cem pessoas.

Parte das habitações está ainda muito degradada, mas a autarquia tem vindo a recuperar alguns edifícios, que ganharam novas funções, como espaços museológicos. «Nesta fase estão a ser recuperados estes casarios, chamados de quartéis. A Câmara vai fazer nestas 13 casas ateliês para artesãos. Vão ter aqui um espaço de trabalho, exposição e venda», conta o nosso guia por estas terras no Norte Alentejano.

Sinagoga - Mundo de memórias

Rua da Fonte. Na descida desde o Castelo por esta rua, deparamo-nos com a Fonte da Vila, monumento emblemático de Castelo de Vide que encerra em si, muitas das vivências judaicas. Antes de terminar a descida acentuada, uma paragem para visitar a sinagoga. «Acredita-se que aqui foi uma sinagoga. Hoje é um espaça museológico com esse nome. Entremos», convida Carolino. Após pequena conversa com a funcionária da Sinagoga, iniciamos a descoberta deste museu dedicado ao judaísmo. «Aqui temos uma breve história dos judeus em Castelo de Vide e algumas peças deste povo: mezuzá, torah. Depois de sinagoga, o edifício foi uma casa de habitação e decidiu-se manter esta chaminé como memória dessa utilização». A habitação seguinte é escura com inúmeros nomes escritos na parede. No tecto e no chão, uma estrela de David. «Este é o espaço que presta homenagem às vítimas da inquisição. No rés-do-chão, temos um tecto decorado com chocalhos. Podemos puxar o cordel e aproximamo-nos daquilo que é a aleluia na Páscoa. O chão de vidro na sala seguinte para revelar os celeiros e a banheira para o banho das mulheres após o período menstrual. As mulheres vinham em grupo e saiam em grupo para não se saber qual estaria nesse período».

A Fonte da Vila

Fechamos a porta da Sinagoga. Retomamos a descida da Rua da Fonte. Ouve-se correr a água, trazendo alguma frescura ao dia. «Na sinagoga disse-lhe que a partir de 1498 o culto deixou de se fazer no tabernáculo de costas. Nesta data a comunidade judaica mundial decidiu que o culto ia passar a fazer-se num espaço aberto debaixo de uma cúpula suportada por seis colunas». Suspendemos a conversa. Estamos junto à Fonte da Vila, monumento emblemático com as características que Carolino acaba de descrever: uma cúpula suportada por seis colunas. «Mas já não eram judeus. Eram cristãos-novos e para disfarçar utilizaram o elemento fonte, água, para dissimular este novo espaço de culto. No cimo há uma tulipa suportada por duas crianças. A caldeirinha do cimo, estava sempre cheia de água. Diz-se ainda hoje que tem de se encher a caldeirinha para que a tulipa nunca murche». Com esta metáfora de tempos pretéritos, os judeus tentaram transmitir a sua cultura às gerações futuras. Hoje em Castelo de Vide, o judaísmo é alvo de estudo e um atractivo turístico, um dos motores da economia local.

"A interminável fila dos livros escolares"

Comentário da Semana (retirado www.sal.pt - a visitar!)

"Há cerca de 25 anos atrás, Portugal era um país diferente e por esta altura do ano lá estava o meu pai e eu na fila da livraria a comprar os internamente esgotados livros escolares. Hoje passei pela mesma livraria e a fila era a mesma. Eu e o meu pai não estavamos lá, mas provavelmente estaria um ou outro pai, que era filho naquela altura. Nada mudou ! Mentira, os preços mudaram e muito. As notícias contam que um livro escolar chega ao público por 5 a 6 vezes mais do seu custo de produção. Não são romances, nem histórias da carochinha. São livros de estudo, livros da escola, ferramentas essenciais ao ensino. O tal ensino universal, gratuito e obrigatório. A mudança impõe-se. A reforma é simples, ameaçando e devendo destruir uma cadeia de negócio absolutamente intolerável. Os autores dos livros escolares devem ter os seus direitos e remunerações garantidos pelo Estado, com o dinheiro dos nossos impostos sim ! Devem ser escrutinados em concurso público, devem ser bem pagos e premiados os trabalhos de excelência. Quanto aos conteúdos devem ter direitos completamente livres, estarem disponíveis em formatos digitais em plataformas web do governo, podendo ser descarregados para os computadores dos alunos e das escolas. Os livros que forem essenciais serem impressos que o sejam sobre controlo apertado do estado, recompensando de forma justa as gráficas vencedoras, atribuindo margens comerciais definidas. A cadeia de distribuição e venda seja exclusiva das escolas, responsabilizando os seus reponsáveis pelos modelos de recuperação e reutilização de livros usados. Utilizar papel que tenha as mais altas capacidades de poupança de energia e de recursos e que seja o mais leve possível aliviando o carrego dos condenados alunos a provas de trabalhos forçados. E por fim uma medida da mais elementar justiça: O fim dos TPC (trabalhos para casa). Todo o trabalho deve ser feito na escola. Fora dela o tempo é de outras actividades, de desporto, de lazer, da família, de não fazer nada, de pensar. Pode parecer utopia, mas com estas medidas acabaria a tal interminável fila e os orçamentos familiares estariam muito aliviados. Esta foi a minha acção de campanha eleitoral. E foi única !"

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O regresso à alimentação em tempo de aulas

Outro artigo que achei deveras muito interessante!
Paula Veloso 2009-09-02

É preciso ser firme e impor regras na alimentação tal como se faz em relação a qualquer outra área da educação dos filhos. A educação alimentar deve fazer parte integrante da formação de qualquer indivíduo e os pais nisso têm um papel crucial.


Setembro é o mês das "rentrées" praticamente em todas as áreas: na política, nos tribunais, no trabalho e também na escola. Todos nós, durante o período de férias, tivemos oportunidade de reparar como, em cada ano que passa, o excesso de peso e a obesidade atingem um maior número de pessoas. Eu fui duas vezes à praia e, achava eu, devido à minha formação ou deformação profissional, saltou-me à vista um número incontável de crianças e adultos obesos. Mas dois grupos de amigos (insuspeitos) que me visitaram após terem passado alguns dias no Algarve vinham atónitos não só com o número de pessoas gordas mas sobretudo com o grau de obesidade das mesmas, que em muitos casos apresentavam já dificuldade em sentar-se em cadeiras normais. Muitas vezes é a família inteira, em que as crianças estão obviamente incluídas. Se é certo que a tendência para se engordar se herda, também não é menos verdade que se herdam sobretudo os hábitos alimentares da família. Porque, como tenho frisado várias vezes, não são os genes que provocam o aumento de peso mas um balanço energético positivo, o que é o mesmo que dizer que só engordamos se comermos mais calorias do que aquelas que o nosso organismo precisa. Por isso, em países onde os alimentos escasseiam não há gordos, pese embora muitos dessas pessoas possuam certamente tais genes na sua constituição física. E se os mais velhos fizerem um exercício de memória de 20, 30 ou mais anos, terão dificuldade em lembrar-se de muitas pessoas obesas nas suas relações de amizade... Na realidade, só há pouco tempo a OMS declarou a obesidade como uma epidemia (do século XXI) e só agora muitos investigadores professam que esta poderá ser a primeira geração a morrer antes dos pais. Como mãe, mas sobretudo como educadora e cidadã, compete-me alertar educadores, pais, Estado, empresas e sociedade em geral para as consequências a breve ou médio prazo dos erros que estão agora a ser cometidos. Daí, mais este artigo, porque penso que nunca é de mais lembrá-lo.


Muitas medidas estão a ser tomadas a nível governamental para corrigir a alimentação das crianças durante o período em que estão na escola, até porque muitas crianças fazem a maior parte das refeições no espaço escolar ou nos cafés e restaurantes que as circundam. No entanto, se não houver colaboração da família na mudança de atitude e dos hábitos alimentares da família, não será possível evitar que as crianças engordem ou percam peso quando disso necessitam. É preciso ser firme e impor regras na alimentação tal como se faz em relação a qualquer outra área da educação dos filhos. Tal como o dinheiro muitas vezes não é suficiente para satisfazer exigências ou caprichos para uma nova consola ou um telemóvel de terceira geração, também o dinheiro não consegue comprar a saúde ou a vida. Por isso, a educação alimentar deve fazer parte integrante da formação de qualquer indivíduo e os pais nisso têm um papel crucial.


Cada vez mais preocupada com a situação, aqui deixo algumas sugestões como um pequeno contributo para ajudar a travar este flagelo crescente que é a obesidade infantil:


- Insista na necessidade de tomar o pequeno-almoço que inclua lacticínios, pão, cereais ou equivalente e, se possível, fruta. Omitir o pequeno-almoço aumenta o desejo de alimentos mais calóricos durante o dia bem como impede a ingestão recomendada dos nutrientes indispensáveis.


- Se a criança não tem fome logo ao acordar - muitas vezes é a pressão da saída e não falta de fome - obrigue-a a levar pão com queijo ou fiambre ou bolachas sem açúcar, uma banana, um queijinho, um pacote de leite, um iogurte líquido ou um sumo de 100% fruta, para comer durante o trajecto para a escola.


- Como merenda da manhã, algo semelhante ou 20-30g de frutos secos (nozes, avelãs, amendoins, etc.), um iogurte ou um pacotinho de leite.


- As refeições "principais", almoço e jantar, deverão iniciar-se com um prato de sopa de legumes e incluir fruta, sobretudo se não a comem entre elas. Quando a criança tem muito apetite ou não gosta de fruta, dê-lha a seguir à sopa, antes do prato principal ou como acompanhamento do mesmo.


- O lanche deverá ser semelhante ao pequeno-almoço e o segundo lanche, sempre que o intervalo entre o primeiro e o jantar for superior a quatro horas, um pouco mais pequeno como um iogurte com meia peça de fruta ou 3 colheres de cereais, por exemplo.


- A água é a bebida que devem encontrar no frigorífico na generalidade dos dias. O leite também, mas só deve ser consumido nas refeições referidas e nunca como água, para matar a sede.


- Não proíba nenhum alimento. Ofereça os que sabe serem menos saudáveis apenas ao fim-de-semana, com parcimónia.


- Icentive a prática de exercício físico (jogar a bola, andar de skate ou patins, saltar a corda, nadar, dançar, etc., etc.) pelo menos trinta minutos por dia.


- E não se esqueça que quer as compras quer as refeições à mesa ou fora dela quer a actividade física dependem sobretudo dos pais e do seu exemplo!



PS - a imagem não faz parte do artigo... e é apenas exemplificativa... não tenho nada contra hamburgures (desde que não sejam cobertos de molhos e acompanhados de fries e refrigerantes...) :) Tal como a Paula Veloso diz no artigo, não se deve proibir nenhum alimento :)

Infantários exigem declarações médicas "inúteis"

Este artigo pareceu-me deveras interessante... não só por já me ter acontecido o mesmo, por duas vezes, mas também por achar que deve ser divulgado!
O ano passado a minha filhota esteve com uma infecção na boca (tipo febre aftosa) e uma gastroenterite, que facilmente resolvi ao telefone com a Pediatra, tendo esta, inclusivé, dito que não haveria necessidade de a ver pessoalmente. Não obstante ,tive que lhe pedir que me passasse uma declaração para apresentar no colégio.

Não só este decreto caquético obriga os pais a deslocarem-se aos centros de saude ou hospitais, havendo todos os perigos inerentes (propagação da doença a outras crianças ou mesmo trazer uma nova doença), ou pagarem uma consulta privada, só para terem acesso à dita declaração para entregar no infantário. Já para não falar no tempo dispendido e as faltas no trabalho!

Eu tenho a sorte de ter uma pediatra (privado) que me facilita a vida e que me passa as ditas declarações, tendo fé na minha palavra, e eu só tenho de as ir buscar... mas vejo amigas minhas que não têm essa sorte e lá vão elas com os miudos para os Hospitais... enfim...


Lusa / EDUCARE 2009-09-14

A Sociedade Portuguesa de Pediatria diz que as declarações médicas exigidas pelos infantários no início de cada ano escolar são "inúteis" e deviam ser abolidas, assim como a obrigatoriedade de mostrar o boletim de vacinas.

Além destes atestados e declarações, muitos estabelecimentos de ensino pedem aos pais documentos médicos para certificar a ausência de doença, sempre que as crianças faltam, e fazem depender deles o reingresso.

"Claro que somos contra a presença de crianças doentes nos infantários, sempre que a doença interfira na sua actividade normal ou a instituição não possua os meios para vigiar a situação, sempre que a doença seja de evicção obrigatória ou constitua risco elevado de contágio", afirmou à agência Lusa, numa resposta escrita, o presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), Luís Januário.O pediatra explicou que, na maioria das situações, "a relação de confiança e a responsabilidade" dos pais e dos educadores "chegam para determinar quando uma criança se encontra em condições de frequentar a instituição e quando não está"."Muitas das situações banais de doença aguda infecciosa da infância são benignas, autolimitadas e não necessitam de observação médica.

Os pais e educadores sabem distinguir os sinais de risco e, na dúvida, recorrer aos médicos ou à Linha de Saúde 24", acrescentou.Luís Januário considerou "lamentável" os pais terem de "desperdiçar tempo e recursos" para obter certidões médicas que, na prática, acabam por ser inúteis, segundo a SPP.No ano passado, a SPP manifestou-se contra a exigência generalizada, por parte de creches e infantários, de declarações - onde se faz depender a inscrição - da "inexistência de doenças infecto-contagiosas".Os infantários exigem as declarações médicas ao abrigo de um decreto-lei com três décadas - Decreto-Lei n.º 542/79, de 31 de Dezembro - que o Ministério da Educação anunciou no ano passado pretender alterar, mas no início deste ano lectivo a situação manteve-se.

"A SPP apela à Direcção-Geral da Saúde e ao Ministério da Educação para desfazer equívocos nesta área, cumprir as promessas de há um ano e adequar a legislação e as práticas das instituições aos interesses de saúde das crianças e das famílias", afirmou o presidente da Sociedade de Pediatria.Os infantários e escolas exigem também, no acto de inscrição, a apresentação do boletim de vacinas, para assim comprovarem se a criança tem as tomas em dia.No entanto, a vacinação não é obrigatória em Portugal, sendo uma opção dos pais ou de quem é responsável pelas crianças.


As eleições

Comentário de Cartaz do PSD na imprensa espanhola (achei uma piada....):

«Mención especial merecen los carteles de Ferreira Leite que jalonan las carreteras portuguesas. "Não desista. Todos somos precisos", reza. Pero la desolada foto en blanco y negro de la candidata, sin maquillar, podría hacer pensar a los turistas que visitan el Algarve que se trata del mensaje de una asociación de apoyo a la tercera edad o de prevención del suicidio.»
Jordi Joan, La Vanguardia

Bolo de Iogurte (de cor e salteado nem sempre funciona.. ou talvez sim..)

Pois é... o fim de semana passou a correr e foi realmente bem passado.
Passo a explicar. Este fim de semana tivemos a visita de uns amigos de Viana do Castelo, que conhecemos na nossa lua de mel no Brasil, já lá vão 5 anos. São uns amigos especiais e com os quais temos passado belos momentos!
Este fim de semana fomos visitar o Jardim Zoológico. Confesso que já não me lembro da última vez em que fui visitar o Jardim Zoológico, penso que há uns bons pares de anos... o espaço surpreendeu-me pela positiva. Adorei o espectáculo dos Golfinhos e dos Leões Marinhos e realmente os animais de grande porte são para mim aqueles que mais interesse me suscitam... não posso deixar de falar nas girafas, lindas de morrer! E as zebras... visitem o espaço, vale apena!
Para o piquenique (existe um parque de merendas no Zoo) resolvi levar uma salada de feijão frade, uns panados de porco, queijos, friambre e claro um bolo de iogurte...
Sexta-feira... já depois de uma longa semana, depois do jantar e depois de ter deitado os miúdos... queria fazer um bolo e não sabia do quê... a despensa desfalcada quase de tudo e o frigorifico nem se fala... sem ideias.. aparece um iogurte de aroma de ananás (os únicos que não gosto...). Pensei logo em fazer o bolo de iogurte, nada que saber, o pior é que não me lembrava da receita, apenas me ocorria que o copo era a medida para os ingredientes... e lá saiu isto:

A foto não é das melhores mas também à 1h00 de sexta, quem consegue melhor?
Estava saboroso e desapareceu num instante.

Ingredientes
5 ovos
1 Iogurte de ananás (aroma)
2 Medidas de farinha
2 Medidas de açúcar
1 Colheres de café de fermento
½ Medida de óleo

A medida de referência é o copo do iogurte

Confecção
Bater muito bem as gemas com 2 medidas de açúcar, juntar o óleo, a farinha, o fermento e o iogurte e continuar a bater, por fim juntar as claras que foram previamente batidas em castelo.Deitar a massa em forma bem untada (com margarina e farinha) e levar ao forno quente, dever-se-á manter uma temperatura de cerca de 180 graus.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Querem adivinhar?

Estou de rastos... o fim de semana foi excelente... adivinhem lá onde fui??

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Amêndoa e cenoura



Ingredientes
5 ovos
1/2 chávena de açúcar mascavado
6 colheres de sopa de leite
1 cenoura ralada
1 chávena de miolo de amêndoa
1 chávena de farinha
1 colher de chá de fermento

Preparação
Misturar as gemas com a meia chávena de açúcar mascavado. Adicionar as 6 colheres de sopa de leite, a cenoura ralada e a chávena de miolo de amêndoa.Mexer tudo muito bem. Bater as claras em castelo e incorporar na massa. Por fim, juntar 1 chávena de farinha peneirada com 1 colher de chá de fermento.Colocar a massa numa forma untada com margarina e levar ao forno cerca de 30 minutos a 170ºc.

Polvilhar com açucar em pó.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ikeahacker... parece-me bem!

Descobri este site que é um fonte belissíma de inspiração para quem gosta de pegar em coisas e transformá-las, e ainda por cima, tendo como base materiais bem em conta, como é o caso do Ikea.


Vejam este exemplo:

Não é um mimo?

Uma cozinha para os miúdos brincarem...

Estou a precisar de rapidamente criar algo... ando cansada, confusa e perdida... ando sobretudo com falta de inspiração e pior, motivação...



Esta cozinha parece-me um mimo e estou com "coragem" para me iniciar na criação de algo parecido... é muito sedutora uma vez que utiliza móveis do ikea, transformados com bastante criatividade...

Fonte: http://www.ohdeedoh.com/ohdeedoh/look/look-another-fantastic-diy-play-kitchen-067671

A minha princesa

As férias passaram... ficam as saudades de umas semanas fantásticas na companhia dos meus pequenos.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O meu filhote partiu um dente!

Na semana da preguiça assumida continuo com alguns posts que merecem, no meu entender, algum destaque.

Foto - O filhote em Castelo de Vide de férias... andava a limpar o chão... lolol


Tenho um filhote, por sinal, muito enérgico e vivaço e que não tem medo de nada e, quase sempre, não mede as consequências. O meu filhote tem agora 23 meses. Em Março de 2009 partiu um dente de leite.

Não sei como, apenas ouvi um estrondo e depois um choro e a partir daí, algum sangue e o dente da frente partido. Diga-se bem partido pois quase não restou dente! Toca de telefonar à Pediatra e do outro lado: "não se preocupe, não haverá nada a fazer, descanse e caso haja alguma evolução telefone". Recebido. Era fim de semana e estava longe de Lisboa. O aspecto não era dos melhores, conseguia-se ver uma espécie de polpa translúcida que parecia emergir do centro do dente. Passou-se Domingo, segunda e na terça o aspecto era mesmo mau, ao ponto dessa parte translúcida tornar-se negra e começar a aparecer um hálito menos bom. Corri para a minha dentista. Ela analisou e disse-me que o miudo estava com uma infecção e que tinha partido a raiz do dente e que havia a necessidade, quanto antes, de extrair o dente de leite. Telefonei à Pediatra e ela assentiu com o procedimento. Tomou o Clavamox e passado uns dias foi novamente ao dentista para extrair o dente.
Quando chegou, a dentista pediu que fosse pesado. Depois disse-me que não ia arriscar a extracção pois ele apenas tinha 11kg e seria peso insuficiente para a dose da anestesia que teria de administrar. Até aqui tudo bem. Mas... teria de desvitalizar o dente para que não ocorresse mais nenhuma infecção. Que pesadelo! Foram 40 minutos penosos, dolorosos para mim e para ele. Desvitalizou o dente e colocou massa e foi para casa "ganhar peso". Disse-me que teriamos de vigiar a situação, nomeadamente qualquer sinal de infecção e o estado da massa provisória que se colocou no dente e voltar quando ele tivesse 15 kg para extrair o dente.

Meses depois aqui estou a relatar a situação... até porque hoje fui consultar uma outra dentista (esta, especialista - odontopediatra) que me disse ser da opinião de não extrair o dente até que aparecesse uma infecção... até porque o dente que resta ainda tem, para ela, uma função importante, que é de mater o espaço aberto para o correcto nascimento do dente definitivo. Todavia, salientou que o dente definitivo pode nascer com alguns problemas, até porque nestes casos pode surgir uma infecção crónica na ponta do raiz do dente de leite e que poderá ser pouco visivel e desta forma lesar o dente definito.

Acabo por ter duas opiniões de certa forma contraditórias... o que fazer???

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Antes e depois

Porque este blog anda com preguiça de cozinhar e porque eu gosto de trabalhos manuais, aqui fica um antes e depois muito criativo que encontrei aqui ... http://www.designspongeonline.com/ (obrigada Gasparzinha por me relembrares de onde tinha retirado as imagens).
Nenhum deles é da minha autoria, mas já tive aventuras muito engraçadas e trabalhosas, como por exemplo, recuperar um armário gigante, com mais de 30 anos, em tons de faia e transformá-lo em branco... era ver os vizinhos a virem espreitar à varanda o que eu estava a fazer... levei 3 dias e fiquei com bolhas nas mãos... fiquei a saber o que é um diluente, um primário, massas para tapar buracos na madeira, e outras coisas mais. Mas quando terminou adorei a experiência e, para mal do meu mais que tudo, já estou com ideias novas...


Este também está um mimo...
Uma escrivaninha muuiiiiito velha...